Sunday, January 6, 2008

Um domingo, o seguinte, ainda em Braga

O pequeno almoço no hotel foi simples, o mínimo que se podia encontrar, torradas, sumo, leite, etc. O autocarro do Benfica ainda estava no mesmo sítio, em frente ao hotel, por isso não foi com muita surpresa que avistámos um jogador equipado à Benfica passar na rua. Mesmo por detrás duns óculos escuros e com ar encolhido como quem ainda não acordou, deu para reconhecê-lo, era Mariano Velasquez, o capitão. N. levantou-se e foi falar com ele, são muitos anos, um a jogar, outro a apoiar.
Ainda não tínhamos o dia totalmente planeado, ou iríamos passear pelos pontos turísticos de Braga ou iríamos visitar um amigo. Após um telefonema ficou decidido que iríamos ver B. em Entre-Os-Rios, e de lá iríamos directos para o estádio.
A viagem foi demorada, por nossa culpa, ou melhor por causa da fabulosa sinalização das rotundas de Braga e das estradas circundantes, mas o passeio foi bonito, passeámos por estradas à beira do Douro, quase sempre com floresta ou vegetação à vista e bastantes povoações que, se vistas com calma, em todas encontraríamos pontos de interesse.


Entre os rios - Portugal (2007)


Chegámos a Entre-Os-Rios, estava um dia de sol e as pontes destacavam-se, não exactamente pela sua beleza mas pela simbologia que representa uma ponte em Entre-Os-Rios. No local onde a tragédia aconteceu foi colocado um memorial, o qual visitámos com interesse e respeito.


Entre os rios - Portugal (2007)

B. apareceu com o seu habitual sorriso tímido e sincero, estava feliz por termos aceite o seu convite para almoçar. Comemos entre gente jovem e com muita conversa benfiquista pelo meio. Pela janela avistava-se o Douro, estávamos à beira do rio, limpo e sossegado.
Ainda tínhamos tempo para passear mais um pouco antes de partirmos para o estádio. O sol àquela hora já tinha aquecido bem, o suficiente para procurar sombras por onde caminhar. I. encontrou à beira do Douro muitos motivos para tirar fotos e foi a única que teve coragem de ir provar a temperatura da água, e partilhou essa sensação passando as mãos pela face de P.


Entre os rios - Portugal (2007)

N. parecia não gostar da cor dos ténis porque tentou pintá-los de branco...
Alguns benfiquistas locais reuniram-se ao pé da ponte, nós íamos em excursão com eles até ao estádio. É engraçado ouvir discussões de bola com pronúncia do Norte. À medida que regressávamos a Braga o nervoso miudinho ia subindo com a quantidade de carros identificados com o SLB e com a iminência de a qualquer momento cruzarmo-nos com um grupo de adeptos portistas.
A chegada ao estádio teve muitas semelhanças com o estádio da Luz no que se refere aos acessos e ao ambiente. Vermelho a dobrar, filas de trânsito e estacionamento em vias rápidas e as habituais roulotes ponde parámos para beber uma cervejola e recordar jogos de épocas anteriores naquele bonito estádio.
O estádio do Braga é sem dúvida muito bonito e original. Do lado de fora notava-se alguma tensão, mas nada de especial, o normal para dar alguma emoção até ao apito inicial. O jogo foi mediano, nenhuma equipa correu riscos e por isso não houve golos. À falta de beleza futebolística contentei-me em ver o pôr do sol e a tirar fotos às claques.


Braga - Portugal (2007)


O fim de semana foi passado em boa companhia, ao mesmo tempo divertido e descontraído.
Foi bom regressar a casa no colo da pessoa que se gosta.


Braga - Portugal (2007)

By P.

Thursday, January 3, 2008

Um sábado, em Setembro, em Braga

A viagem até Braga foi tranquila. O condutor foi sempre o mesmo mas os restantes viajantes sempre que possível tentaram ser boa companhia. O caminho não tinha nada que enganar, sempre na auto-estrada em direcção a Norte. Íamos ter bom tempo e todos estavam preparados para um fim-de-semana cheio de passeios e culminado com o jogo do glorioso n’A Pedreira.
Passámos pelo Porto, cidade que acolhe o belo rio Douro com as suas pontes sempre prontas para se mostrarem às máquinas fotográficas.
Íamos sem saber ainda onde dormir, mas sem preocupações, tínhamos referências de alguns lugares e tempo para encontrá-los. Acabámos por ficar no centro da cidade, a 10 minutos do centro histórico.
O hotel tinha uma decoração colorida e engraçada, com destaque para os coraçõezinhos espalhados pelo hotel, desde a parede exterior até ao pequeno autocolante na cabeceira da cama.
Já era noite mas em frente ao nosso hotel deu para perceber que estava um outro hotel concerteza bem mais sofisticado que o nosso, e à sua porta estava um autocarro do SLB que mais tarde descobrímos pertencer à equipa de hóquei.
Depois de descarregar as malas e escolhermos os quartos à sorte, chegou a altura de jantar. Achei divertida a conversa que tivemos com o senhor da recepção, além de me ter parecido que discutímos coisas que eram óbvias para todos, ele possuia uma pronúncia tão característica da região e soava tão amigável e hospitaleiro que não hesitámos em seguir as suas sugestões e fomos jantar para os lados da zona mais histórica da cidade.


Braga - Portugal (2007)

A busca de um restaurante com boa pinta, no aspecto e no preço, foi demorada. Percorremos ruas cheias de lojas... fechadas. Avistámos pouca gente, era sábado à noite mas havia pouco movimento. A nossa escolha recaiu finalmente por um restaurante com aspecto muito “da aldeia”, mas com decoração muito futebolística, cachecóis e um empregado jovem e atencioso que sempre que descrevia como era cozinhado um determinado prato com a sua pronúncia nortenha apetecia logo pedi-lo!
O bacalhau e o arroz de cabidela estavam excelentes e pouco depois surgiram os primeiros sinais de cansaço. Mas ainda havia tempo e vontade de bisbilhotar o largo principal, ao fim da noite já estava bem composto com jovens e as suas esplanadas com bastante clientela. Um desses cafés tinha uma decoração clássica, tinha fotos das estrelas de cinema, do tempo em que se filmava a preto e branco.

Braga - Portugal (2007)

A noite não terminaria sem uma cartada onde os mais batoteiros se aproveitaram do cansaço dos que realmente sabem jogar...

By P.