Monday, October 8, 2007

SOUTO: Fim de semana junto ao rio

Há sítios que nos preenchem só pelo facto de lá estarmos. O Souto é um deles. Mas vamos começar pelo início. Uma colega de trabalho convidou-me para um fim de semana no Algarve. Outras colegas convidaram-me para uns dias em Santiago de Compostela. A amiga da dança para um fim de semana no rio e com festa incluída. Não foi complicado escolher. Muitos dias era impossível, o Algarve já conheço e festa é festa! Assim, a aventura começou à saída dos treinos, quando percebemos que o carro da V. não nos ía levar longe. Solução: levar o meu, ficar sem bailarico é que não! Era preciso jantar primeiro e, quando se quer demorar pouco tempo e não gastar muito dinheiro, o Mac é um suposto amigo. Mas desta vez acho que estava chateado e nem fanta nem marines. Para compensar deu-nos um cão em plástico que faz au-au-au, pisca e é cor de laranja! Entretanto já arranjei mais um. Amarelo. Para lhe fazer companhia. Depois de jantadas passámos à operação complicada de passar todas as malas-de-gaja e tralhas-de-gaja e afins de um carro para o outro. A V. foi pôr as chaves do carro à caixa do correio a uns 200m, a correr, para não perdermos mais tempo. Voltou a correr para o meu carro, outros 200m. Depois perguntou-me “I. tranquei o carro?”. Claro que não. Toda a gente conhece aquele ditado do “quanto mais depressa mais devagar”, certo?! Mais 200m a correr para ir buscar as chaves. Bom, para as levar de novo ao correio dei-lhe boleia! E prontos, 600m de corrida mais as flexões, os abdominais e todos os exercícios de condição física parecem-me castigo suficiente por não ter o carro dela em condições de se fazer à estrada! Depois de termos feito o N. esperar meia hora na bomba da 2ªcircular, lá seguimos viagem rumo ao Souto: essa bela localidade!
Souto - Portugal (2007)

Quando lá chegámos eram 1h30 e depois de voltarmos a passar as malas, desta vez do carro para casa, passámos pelo café Mourisco (http://www.mourisco-cafe.com/) e depois Bailarico! Bioucas é o nome da localidade que estava festa. Um local onde algumas flores “nascem” no alcatrão. Há provas!


Bioucas - Portugal (2007)

A festa estava animada. Quer dizer, a festa estava pobre, o pessoal-com-uns-copos-a-mais é que estava animado! Eu, a V. e a A. (que neste momento se juntava a nós) também queriamos animação e portanto, a A. pagou a primeira rodada. Quando fui pagar a segunda deram-me uma senha para água: “É igual!”. Sinceramente não me lembro de ter pago mais nada o resto da noite. É um dado curioso destas festas. Todos pagamos cervejas a todos, sobram sempre senhas e no fim acaba por faltar cerveja. Ainda consegui manter uma conversa sóbria com o V. sobre o seu curso e o trabalho que faz com crianças num bairro pobre aqui para os lados de Lisboa. Quando falei com o Sr. Agente da Autoridade sobre o seu trabalho de acompanhamento a claques não garanto que estivesse completamente sóbria, mas tenho a certeza que lhe falei de um ponto de vista diferente daquele que ele conhece. Bom, também não garanto que ele estivesse em condições de o entender. Ficou a tentativa. Algumas cervejas depois, a coisa começa a complicar-se e, se somos mulheres, a complicação é a dobrar. Precisávamos urgentemente de um WC. Vi um camião parado junto à estrada e citando a V. no dia em que vimos José Cid nas festas da minha zona disse-lhe: “Uma roda para cada?”. Desatámos a rir e fomos à procura de um sítio melhor. Eu encontrei o local indicado. A V. teve medo dos bichos que nos podiam subir pelas pernas acima às 6 da manhã! Eram então horas de deixar a festa e regressar a casa. A vontade de aproveitar tudo ao máximo era tanta que mesmo cansadas ainda houve conversa até às 7 da manhã. O dia seguinte era para conhecer o rio!

Souto - Portugal (2007)

Acordámos eram 12h30. Ora, quem me conhece sabe perfeitamente que falar comigo de manhã, quando ainda estou deitada e sem ter tomado banho e comido o pequeno almoço é lixado. Sujeita-se seriamente a ouvir uma resposta mais torta. Mas a V., depois de me ter perguntado se dormi bem diz-me: “já sei onde vamos jantar logo: a Abrantes. E já sei o que vamos comer: Pizza”. Prontos! Como é que alguém pode ficar de mau humor só de pensar que vai jantar pizza nesse dia?! Impossível! Enquanto preparávamos a salada russa para o almoço, recebi uma sms do P. Aliás, duas. Não estava à espera. Sorri, com aquele ar patético de quem recebe algo que não estava à espera e sentia falta. A salada ficou com ervilhas a mais e quando nos sentámos para almoçar batem à porta. Era o Sr. Vasquinho Jorge. Amigo da família da V. Uma pessoa de quem se gosta logo porque se gosta e pronto. Pagou-nos um café no Mourisco e depois de convidarmos o Z. e a S. para virem connosco acabámos por descer até ao rio as duas. A sensação é extraordinária! Ouviam-se vozes ao longe, de quem brinca nas margens e depois mergulha no rio e houveram momentos em que o único som era o da água a bater nas pedras que compõem a margem.

Souto - Portugal (2007)

Trouxe algumas dessas pedras, não muitas, porque a subida para casa ia ser cansativa só por si. Decidimos ir tentar o mergulho também, mas os lagostins que apareciam debaixo das pedras dificultaram um pouco a coisa. Os peixes que apareceram entretanto, também não ajudaram. Devem fazer todos parte de algum gang contra humanos no rio, só pode!


Souto - Portugal (2007)

2 horas depois... lembrei-me do G. e disse: ”sem medo!”. Atirei-me sozinha. A V. foi ajudada pelo F. e Z. que entretanto chegavam. Na operação de entrar no rio o F. ajudou o Z. a magoar o pé e este passou o resto do fim de semana a queixar-se numa tentativa de incutir algum peso na consciência do primeiro. Penso que não resultou.

Souto - Portugal (2007)

Subimos do rio até casa à boleia do carro do F. e depois do banho tomado arrancámos em direcção a Abrantes onde nos esperava uma bela pizza no restaurante A Lareira. Ou seria A Lenha? Não, A Telha. Penso que é A Telha. V. ajuda aí!! Pedi uma pizza como gosto, com ovo cozido. A empregada trouxe duas. Uma como gosto para mim e outra igual, como a V. NÃO gosta, para ela. Durante a complicada e morosa operação de tentar tirar todos os bocadinhos de ovo cozidos da pizza, a empregada ainda veio perguntar à V.:
- Tu vê lá, queres que te mande fazer outra pizza?
- Não, obrigada, deixe estar.
- Mas é que se queres a gente faz!
Não foi preciso, a V. desenrascou-se mesmo assim. Esperar uma eternidade por outra pizza que possivelmente viria trocada também e ainda ter que assistir, enquanto esperávamos, ao fraquissímo jogo da selecção que a televisão passava, pareceu-lhe um sacríficio bem maior!

Abrantes - Portugal (2007)

De volta à festa, encontrámos o P., um adepto do mesmo clube que eu. Dias mais tarde acompanhar-nos-ia a um concerto de José Cid no casino. Ficou fã. Por entre conversas com um rapaz que está a fazer erasmus em Itália, o sr. Fona ia ganhando um e outro loto. Nas festas para estes lados é usual, no intervalo do conjunto que toca no palco, fazer um jogo de loto. Chegámos à conclusão que nas próximas festas das duas uma, ou jogamos a meias com o sr. Fona, ou então só compramos loto se o sr. Fona não o comprar, caso contrário é perder dinheiro na certa!

Bioucas - Portugal (2007)

Desta vez fiquei-me pela garrafa de água. Deram-me uma senha de cerveja. Olhei para o senhor e com ar de quem já sabia disse-lhe: “É igual!”. A festa terminou em grande, com 3 ou 4 músicas de Xutos e nós fomos dormir por volta das 5 da manhã. Depois de conversarmos mais um pouco, claro. Eram 13h30 quando acordámos. O almoço foi a salada russa que tinha sobrado do dia anterior e enquando almoçavamos batem à porta. Era o Sr. Vasquinho Jorge. Pensei cá para mim, de cada vez que almoçar salada russa há uma elevada probabilidade do sr. Vasquinho Jorge aparecer! O Benfica ganhava em futsal enquanto bebíamos o café no mourisco e nos despedíamos do pessoal que tinha partilhado um pouco deste nosso fim de semana no Souto. Ah, entretanto já tenho três amigos que fazem au-au-au. O laranja, o amarelo e o amiguinho mais novo, azul. Levo-os a passear de carro todos os dias!